エピソード

  • “Cleantok”. Como o TikTok tornou a limpeza irresistível #ComoAssim
    2024/11/21

    Há quem encontre prazer no som de uma esponja a ser espremida ou no brilho de um chão acabado de lavar. Outros deliciam-se com o antes e depois de espaços desorganizados que se transformam em lugares imaculados. Despensas normais transformam-se numa espécie de loja de snacks – espaços dignos de figurar num catálogo.

    Principalmente desde o início da pandemia de covid-19, o “Cleantok” explodiu, primeiro no TikTok e depois nas outras redes sociais. Com mais de 150 mil milhões de visualizações, esta comunidade viral tornou a limpeza e organização um fenómeno cultural. Tarefas banais como esfregar o chão ou organizar despensas tornaram-se cativantes.

    Mas porque gostamos tanto de assistir a estes vídeos? E será que essa obsessão pela perfeição pode trazer mais stress do que tranquilidade?

    Neste episódio do #ComoAssim, exploramos o mundo do “Cleantok”. Ouvimos Joana Tavares, criadora de conteúdos de limpeza e organização na página Joana at Home, os investigadores Alexandre Duarte e Patrícia Dias, especialistas em marketing e publicidade digital, e ainda o psicólogo e terapeuta cognitivo-comportamental Fernando Lima Magalhães.

    Nos últimos anos, a limpeza deixou de ser apenas uma tarefa doméstica e tornou-se uma sensação online. No “Cleantok”, uma comunidade viral no TikTok com mais de 150 mil milhões de visualizações, vídeos que mostram o antes e o depois de espaços limpos, sons relaxantes e organização impecável conquistaram milhões de seguidores.

    Este episódio do #ComoAssim mergulha no fenómeno que transformou uma actividade banal em conteúdo irresistível. Vamos entender por que razão esses vídeos são tão satisfatórios, ouvir especialistas sobre os impactos psicológicos e explorar os perigos por trás da obsessão pela casa perfeita. Afinal, o “Cleantok” é apenas entretenimento ou reflecte algo mais profundo sobre o nosso comportamento nas redes?

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    26 分
  • Da simplicidade do minimalismo à exuberância do maximalismo #ComoAssim
    2024/11/14

    Há pouco mais de uma década, o minimalismo invadiu os nossos ecrãs. Das redes sociais à televisão, uma ideia é repetida em todo o lado: menos é mais. O mote é “destralhar”: reduzir os nossos pertences e guardar apenas aquilo que nos traz real valor.

    O estilo de vida baseia-se numa tendência anterior, vinda da moda, design e arquitectura, baseada em linhas rectas, simples, com tons neutros. O guarda-roupa cápsula, com peças neutras que combinem com todas as outras, é glorificado.

    Mas, nos últimos anos, a tendência começou a desaparecer, para dar lugar exactamente ao oposto: a exuberância do maximalismo.

    No TikTok, surge um vídeo a explicar como se veste uma “portuguese girlie”: “É tudo sobre combinar os padrões errados da forma certa.” Há quem recuse a identificação, mas dentro da comunidade da moda no Tiktok, a nova estética maximalista domina.

    Mas como assim? Será esta tendência maximalista apenas mais um fenómeno passageiro das redes sociais? Ou será um indício de que o mundo está realmente a mudar e a tornar-se mais exuberante?

    E se a mensagem do minimalismo era de consumo mais responsável, porque é que tão depressa como chegou desapareceu?

    Neste episódio do podcast #ComoAssim, ouvimos Marie, artista e influencer mais conhecida pela página La Vie de Marie, e Maria João Martins, jornalista e historiadora de moda.

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    30 分
  • A reforma aos 40 vale mesmo a pena? Os problemas do movimento FIRE #ComoAssim
    2024/11/07

    No final da década passada, a Internet estava cheia de histórias de pessoas que tinham conseguido reformar-se mais cedo do que o normal. Bem mais cedo.

    A maioria dos exemplos era norte-americana. Pessoas que viviam os primeiros anos de carreira de forma extremamente frugal, a poupar ao máximo, com o objectivo de aos 30, 40 anos, passarem a viver só do retorno dos seus investimentos.

    A comunidade autodenominou-se FIRE: Financial Independence Retire Early – em português, “independência financeira, reforma antecipada”.

    Mas mais recentemente começámos a assistir a uma tendência inversa: pessoas que atingiram o FIRE, que se reformaram muito cedo… e acabaram por se arrepender da decisão.

    Mas como assim?! Agora que o FIRE está a produzir resultados, com cada vez mais jovens reformados, sobretudo nos Estados Unidos, porque é que o movimento está a esmorecer?

    Neste episódio de #ComoAssim, mergulhamos nas contradições de uma das maiores modas financeiras da Internet.

    Conversamos com Rita Piçarra, ex-directora financeira da Microsoft Portugal, que se reformou aos 44 anos, e com Inês Correia, influenciadora na área das finanças pessoais que durante anos lutou para atingir o FIRE, mas acabou por desistir do objectivo.

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    34 分
  • Pseudociência. O elefante na sala da espiritualidade “Nova Era” (Parte 2) #ComoAssim
    2024/10/31

    No último episódio de #ComoAssim, visitámos o retiro Diana Gathering, em Mação, organizado por Rute Caldeira e Tiago Farraia, um casal de professores de ioga e meditação. O encontro incluiu práticas como ioga, meditação, soundhealing e uma cerimónia de cacau, típicas de um universo espiritual que atrai cada vez mais seguidores: o movimento Nova Era.

    Mas, além das práticas de bem-estar, neste movimento cresce também uma tendência inquietante: a rejeição da ciência moderna.

    Entre meditações e rituais, é comum, no movimento Nova Era, ouvir discursos de desconfiança em relação à medicina e à indústria farmacêutica, com muitos participantes a recusarem medicamentos, vacinas e diagnósticos médicos.

    Ao longo do retiro que visitamos, ouvem-se expressões que fazem soar alarmes: “como é que há 5 mil anos já se sabia tanto sobre saúde e depois nada disto se sabe nos dias de hoje”; “nós temos a capacidade de ficar doentes, mas também temos a capacidade de nos curarmos”; "antes de tomares um antidepressivo, experimenta o cacau".

    Ao promover práticas ditas naturais e alternativas, o movimento tende a rejeitar o conhecimento científico, ecoando um discurso de auto-suficiência onde a responsabilidade pela saúde recai apenas sobre o indivíduo.

    Mas o que explica esta tendência do movimento Nova Era para diabolizar o progresso científico?

    Neste episódio, partimos do exemplo da espiritualidade à volta do cacau – porque nos ajuda a perceber a maneira como funciona o movimento, de que forma bebe de outras culturas e as adapta debaixo deste chapéu de espiritualidades.

    Através deste exemplo, olhamos para o elefante na sala: o discurso pseudocientífico que se instalou no movimento Nova Era e os riscos que pode trazer para a nossa saúde.

    Para isso, ouvimos Armando Brito de Sá, especialista em medicina geral e familiar com particular interesse por promover a literacia científica, David Marçal, bioquímico, divulgador de ciência e autor do livro Pseudociência, Donizete Rodrigues, professor de Sociologia e Antropologia, e ainda Lucimara Rett, professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro, a fazer um caminho espiritual na cosmovisão Maia.

    Texto alterado às 17:20 do dia 13/11/2024, para clarificar a atribuição de citações.

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    42 分
  • O milagre da multiplicação dos retiros espirituais (Parte 1) #ComoAssim
    2024/10/24

    Nos últimos tempos parece ter havido uma espécie de milagre da multiplicação dos retiros espirituais: nas redes sociais, actrizes, cantoras e outros influenciadores digitais juntam-se a gurus espirituais, terapeutas e coaches para promover eventos em Bali, na Índia, nas Maldivas ou simplesmente em sítios remotos em Portugal.

    Nos programas, planos de meditação, oga, banhos de som celestiais e práticas xamânicas. Há quem prometa momentos de transformação e cura, acabar com o stress e ansiedade, ajudar-nos a "renascer para a nossa mais incrível versão".

    Por vezes são retiros caros, a ultrapassar os quatro mil euros. Mas tal como os livros e cursos destes gurus, esgotam muito facilmente.

    Mas como assim? O que leva tanta gente a participar neste tipo de eventos? Do que estão à procura e o que encontram?

    Para perceber isto, o #ComoAssim entrou num destes retiros. Neste episódio, visitou o "Dhyana Gathering", um retiro de quatro dias organizado em Mação, no centro do país, por Rute Caldeira e Tiago Farraia, um casal de professores de meditação e ioga.

    Um retiro que contou também com convidados como Ângelo Surinder, terapeuta sonoro fundador da "Cosmic Gong", Shivani, coach espiritual que orienta cerimónias de cacau, e a cantora brasileira Tainá, que deu um concerto privado durante o retiro.

    No primeiro de dois episódios sobre espiritualidade, procuramos também perceber o que explica o interesse cada vez maior, em Portugal, por espiritualidades importadas da Índia e de povos indígenas da América latina. E mergulhamos no movimento Nova Era, com a ajuda de Donizete Rodrigues, professor de Sociologia da Universidade da Beira Interior, e de Tiago Pinto, investigador da Faculdade de Letras da Universidade do Porto.

    Áudio alterado às 17:28 do dia 13/11/2024, com correção sobre a meditação orientada no retiro, que não é da autoria de Osho, mas popularizada por ele

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    42 分
  • Os gurus da produtividade estão a prejudicar a nossa saúde mental? #ComoAssim
    2024/10/17

    Neste episódio de #ComoAssim, mergulhamos no lado negro da obsessão com a produtividade nas redes sociais.

    O mundo da produtividade nas redes sociais tenta responder a um problema real da nossa sociedade: vivemos num mundo cada vez mais competitivo e frenético. Queremos fazer mais e melhor, subir na carreira mais rápido, experimentar começar aquele projecto com que sempre sonhámos.

    Mas às vezes, encaixar tudo o que queremos fazer em 24 horas é um desafio. Há os imprevistos, o cansaço, a terrível preguiça e a procrastinação.

    Os gurus da produtividade estão cá para nos ajudar a resolver tudo isso. Para trazer finalmente organização às nossas vidas. Para optimizá-las, com ferramentas e rotinas "super-humanas".

    Mas há um lado perverso em tudo isto: não só não funciona, como pode ser perigoso para a nossa saúde mental. São os próprios gurus da produtividade a admiti-lo.

    Neste episódio de #ComoAssim, ouvimos a youtuber Mariana Vieira, uma portuguesa bem conhecida no ecossistema internacional da produtividade no Youtube, que tem aprendido muito, à custa da própria saúde mental.

    Ouvimos também o que a psicologia e a sociologia nos dizem sobre a distância entre a produtividade e o burnout, com a psicóloga Tânia Gaspar, coordenadora do Laboratório Português dos Ambientes de Trabalho Saudáveis e a socióloga Ana Paula Marques, investigadora da Universidade do Minho.

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    27 分
  • Lucas with Strangers e o sucesso dos bons samaritanos nas redes #ComoAssim
    2024/10/10

    Há três anos que Lucas Rodrigues, 23 anos, se dedica a cumprir desejos de pessoas anónimas, e a documentar tudo em vídeos nas redes sociais.

    Apesar de ser um projecto recente, os números não o deixam adivinhar: a página "Lucas with Strangers" tem mais de dois milhões de seguidores no Tiktok e mais de 500 mil no Instagram.

    No início oferecia apenas abraços e sorrisos, mas hoje oferece malas com 20 mil euros em dinheiro ou casas a quem não as tem..

    Em Portugal, são poucos os influenciadores com a dimensão do Lucas nas redes sociais. Mas o português não é caso único a fazer sucesso com este género de conteúdos.

    Um pouco por toda a internet, encontramos bons samaritanos, cheios de notas, a procurar mudar vidas de pessoas aleatórias na rua.

    Mas o que é que o sucesso estrondoso que têm diz sobre nós e sobre a maneira como olhamos para os outros? Será que as redes sociais podem mudar a forma como lidamos com as desigualdades sociais?

    No primeiro episódio da segunda temporada de #ComoAssim, procuramos respostas.

    Na última temporada, o podcast olhou para fenómenos da cultura pop mais clássicos, para os livros, filmes e séries que consumimos.

    Mas em 2024, segundo um estudo global da norte-americana GWI, passamos em média 6 horas e 40 minutos por dia a olhar para ecrãs. Por isso, nesta temporada, olhamos para aquilo que consumimos online, quando navegamos nas redes sociais. Para os loops e bolhas em que entramos sem darmos por ela. E como tudo isso nos está a mudar.

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    33 分
  • Uma temporada sobre fenómenos das redes sociais? #ComoAssim
    2024/10/07

    Na última temporada de #ComoAssim, olhámos para fenómenos da cultura pop clássicos: para as nossas obsessões colectivas com livros, filmes e séries.

    Mas em 2024, segundo um estudo global da norte-americana GWI, passamos em média 6 horas e 40 minutos por dia a olhar para ecrãs.

    Por isso, na segunda temporada, o #ComoAssim olha para aquilo que consumimos online, quando navegamos nas redes sociais. Os loops e bolhas em que entramos sem darmos por ela. E como tudo isso nos está a mudar.

    Rotinas produtivas que prometem ser “super-humanas”; pais que estão exaustos, a tentar cumprir todas as exigências; um milagre da multiplicação dos retiros espirituais a acontecer à nossa frente; influencers que dão casas e malas cheias de dinheiro a pessoas necessitadas; pessoas que “penduram as botas” de trabalho aos 40. E muito mais.

    Como sempre, mergulhamos nestes mundos com genuína curiosidade, para ir além das ideias pré-concebidas.

    #ComoAssim, com a jornalista Inês Rocha, às quintas-feiras, depois das 16h, no PÚBLICO ou nas aplicações de podcast. Estreia dia 10 de Outubro.

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