Pedro Augusto Baía visita a Encruza Criativa para falar de "Corpos benzidos em metal pesado", livro vencedor do Prêmio Sesc de Literatura de 2022. Seus contos entrecruzam religiosidade, impactos ambientais e a violência de um capitalismo brutal em histórias que se passam, na maioria, na região norte do Brasil. O Pedro tem um jeito pulp e ao mesmo tempo bastante literário de costurar suas ideias e no nosso papo fomos de psicologia forense a Stephen King, passando por barcaças de gado naufragadas e anjos de miriti.
-- Apresentado por Eric Novello.
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Sinopse do livro: Nos onze contos que compõem Corpos benzidos em metal pesado, livro de estreia de Pedro Augusto Baía, a unidade narrativa que os une são as vivências da região norte do Brasil, em todas as suas facetas: a floresta, os indígenas, a industrialização, a precarização das cidades, a violência com os desfavorecidos, a desigualdade, a comunhão com a natureza.
Os protagonistas são uma vítima do garimpo, um imigrante da região Norte que é confundido com um boliviano na Europa, um repórter que investiga uma vítima quilombola, uma fotógrafa que sofre um ataque de pânico em uma cidade alagada, um massacre numa seção eleitoral dentro de uma aldeia indígena, um homem contaminado por metal pesado, fruto do garimpo, entre outros. Porém, embora as histórias de Corpos benzidos em metal pesado sejam repletas de conflitos e violência, são as relações de afeto, os elos que tecem a resistência, que se evidenciam, podendo conter tanta ternura e inocência como quando uma menina, no conto “Carne de boi”, sente vontade de perguntar ao irmão “como um rio limpinho consegue morar dentro de uma palavra tão pequena”.